15 de novembro de 2008

Luana Bonone: Mimetismo e A Jean Cocteau

Luana Bonone, Jornalista e estudante de administração. Diretora de comunicação da UNE. É da direção nacional da União da Juventude Socialista - UJS.
Mimetismo

As ondas insuportavelmente abafadas que embaçam a paisagem
São as mesmas que se entranham em minhas malemolentes víceras
E caracterizam a indiferença deste domingo cinza-tédio
Enquanto abominava o rerato azedo da apatia humana
Uma fração de gesto impetuoso arrebatou minha lucidez
E fez explodir cores em todas as coisas
Cores absolutamente intensas, cores ruidosas
De mim transbordaram sensações igualmente multicores
Mimetizei-me
E gozei a plenitude de me confundir com o mundo
A Jean Cocteau

O impossível não se pede
É feito por nós mesmos
Longe das limitações e medos mundanos
Longe da descrença do mundo em sua própria humanidade

O impossível não é aquilo que ninguém pode realizar
É o que ninguém ousou conquistar
É feito mais de raça que de sonho
Suor e sangue mais que devaneios

O impossível não se sente, não se toca, não se vê
É palavra morta na cabeça dos racionais (os lógicos!)
É sentença de vida a quem deseja mais que o medíocre

O impossível é desafio
E superação não é palavra de indivíduo
(Não tem homem sozinho que possa com aquilo que não se pode)
É trabalho de homem coletivo
É sabedoria de quem já aprendeu com a vida
E concluiu que força e soma são como que uma coisa só

O impossível é bom
As coisas do mundo
E o até o ser humano
Podem ser bons também

Ruim é essa coisa que limita e desune
Essas opressões todas que tornam o impossível tão hermético
E a vida tão cinza

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