Este ano a mostra acontecerá de 21 a 28 de novembro de 2009. Nessa 2ª mostra além da exibição dos vídeos, teremos uma exposição fotográfica abordando diferentes lutas, e pretendemos realizar oficinas e mesas de debate sobre comunicação popular. As inscrições para os vídeos estão abertas, entre os dias 08 de junho e 31 de agosto (leia o regulamento). Se você tem um vídeo que retrate alguma luta e tem interesse em divulgar, envie para a 2ª Mostra Luta! Aos que não tem nada editado, mas registrado, mãos à obra: uma câmera na mão e uma luta na cabeça!
Durante a 1ª Mostra Luta!, em dezembro de 2008, o Museu da Imagem e do Som (MIS) de Campinas sediou a exibição e debate de diversos vídeos abordando a luta pela terra, por moradia, do movimento GLTTB, contra a privatização de nossas riquezas, a luta antimanicomial, pela sobrevivência, do movimento operário e estudantil. Durante as noites da mostra, debates acalourados foram travados entre pessoas de diferentes espaços, organizações e movimentos, militantes e interessados em discutir o papel do audiovisual para as diferentes lutas sociais. Foi durante esta semana que se colocou a importância de se criar um coletivo de comunicadores populares, o responsável pela organização da mostra deste ano.
Este coletivo possui como objetivo incentivar uma produção áudio-visual que se contraponha aos meios de comunicação dominantes, bem como exibir esta produção com a criação de uma rede distribuidora e exibidora de vídeos em espaços descentralizados, como: escolas, universidades, cursinhos, bairros etc.; e a construção de um site repositório de vídeos de lutas sociais. Por essa razão todos os vídeos inscritos, independente selecionados para exibição na 2ª Mostra Luta!, serão incorporados ao acervo do MIS e do Coletivo de Comunicadores Populares, para exibições públicas ou projetos sem fins lucrativos, que visam democratizar o acesso à comunicação e aos bens culturais. A seleção é necessária apenas pelo espaço de tempo para realização do evento, de uma semana, e talvez todos os vídeos inscritos não caibam neste período. Vale ressaltar que o espaço do coletivo está aberto à participação de todos que quiserem contribuir com a exibição e produção de outras maneiras de se comunicar, dando voz às lutas apagadas pelos meios de comunicação dominantes.
No Brasil, seis famílias (Civita, Marinho, Frias, Saad, Abravanel e Sirotsky) “produzem” praticamente toda a informação que chega aos 184 milhões de habitantes. Quase sem fiscalização, concentram em suas mãos um poder gigantesco de manipulação. Para garantir seus lucros e os de seus investidores, essas famílias não hesitam em criminalizar as lutas dos movimentos sociais e distorcer a realidade vivida pelos trabalhadores. Em Campinas, não é diferente: a Rede Anhanguera de Comunicação (RAC) monopoliza os meios impressos na cidade e região (Correio Popular, Diário do Povo, Notícia Já, Gazeta do Cambuí, Gazeta de Piracicaba, Gazeta de Ribeirão). É com esse poder que (de)formam a opinião pública, tratando, em geral, as manifestações populares como casos de polícia.
Mais do que exibir vídeos, a mostra surge com a proposta de ampliar o debate sobre as lutas por transformação social e da importância do audiovisual como instrumento de contra-informação ao monopólio comercial-midiático, este que sufoca as informações das lutas sociais e populares. A mostra surge, ainda, como importante espaço de organização destes que lutam pelo direito à expressão, por uma comunicação não subordinada aos interesses comerciais.
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