"Os Estudantes Brasileiros são solidários ao povo de Honduras e ao Presidente Zelaya. A época das ditaduras militares na América Latina já passou", diz diretor de Relações Internacionais da UNE
Neste domingo (28), o presidente de Honduras, Manuel Zelaya, foi derrubado pelo que o governo brasileiro considerou um Golpe de Estado. O motivo foi a tentativa do presidente de chamar um plebiscito para mudar a constituição vigente desde 1981. Os críticos de Zelaya alegam que ele estava tentando se reeleger. O sucessor empossado nesta segunda-feira foi o presidente da câmara, Roberto Micheletti Baín, que redigiu a atual constituição hondurenha.
Neste domingo (28), o presidente de Honduras, Manuel Zelaya, foi derrubado pelo que o governo brasileiro considerou um Golpe de Estado. O motivo foi a tentativa do presidente de chamar um plebiscito para mudar a constituição vigente desde 1981. Os críticos de Zelaya alegam que ele estava tentando se reeleger. O sucessor empossado nesta segunda-feira foi o presidente da câmara, Roberto Micheletti Baín, que redigiu a atual constituição hondurenha.
A comissão especial nomeada para investigar as atuações irregulares do presidente eleito em 2006, analisou que Zelaya cometeu várias inconstitucionalidades nestes quatro anos de mandato. Ele foi retirado da sua residência na manhã deste domingo por um grupo de militares, antes mesmo da abertura das urnas que iria consultar a população sobre a possibilidade de mudança na constituição.
Zelaya e Micheletti travam uma batalha para o reconhecimento dos outros países deste novo governo. "Eu, até as próximas eleições, continuo sendo o presidente legítimo de Honduras. Somente o povo pode me derrubar, nunca um grupo de gorilas", afirmou Zelaya, para o jornal "El Pais".
Para o Diretor de Relações Internacionais da UNE, Alcides dos Anjos Leitão (Jesus), "é um absurdo sem precedentes o golpe promovido pelo alto comando militar de Honduras, pois Zelaya foi eleito pelo povo e deve cumprir seu mandato até o fim".
O governo brasileiro condena veemente a ação militar ocorrida em Honduras. O presidente Lula anunciou na manhã desta segunda-feira no seu programa semanal "Café com o Presidente", que não reconhece o novo governo. Em resposta ao EstudanteNet, a assessoria de imprensa do Ministério das Relações Exteriores informou que "ações militares desse tipo configuram atentado à democracia e não condizem com o desenvolvimento político da região. Eventuais questões de ordem constitucional devem ser resolvidas de forma pacífica, pelo diálogo e no marco da institucionalidade democrática".
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, pediu que Zelaya seja restabelecido no cargo e que os direitos humanos sejam respeitados no país, enquanto a Comissão Europeia (órgão executivo da União Europeia) solicitou que "as partes envolvidas" na crise iniciem "rapidamente" um diálogo, a fim de "resolver as diferenças de maneira pacífica, com total respeito ao marco legal do país".
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, comunicou em nota sua preocupação com o futuro de Honduras e pediu "respeito às normas democráticas" e a resolução das disputas através de um "diálogo livre de interferência exterior". Fildel Castro e Hugo Chávez também não reconhecem o governo de Micheletti.
Segundo o jornal "El Heraldo" de Honduras, o novo governo iniciará uma ofensiva diplomática para reverter a desaprovação da comunidade internacional e conseguir a aceitação do presidente Roberto Micheletti Baín. Além disso, o jornal também afirma que a intenção de Zelaya era dissolver o congresso.
Da RedaçãoCom Folha de São Paulo e Jornal El Heraldo
Fonte: www.une.org.br